Procrastinar é um comportamento pelo qual as pessoas adiam ou evitam tarefas que consideram difíceis. É o ato de adiar algo ou prolongar uma situação para ser resolvida depois.
Um procrastinador tende a ter pensamentos negativos sobre a tarefa, sentir-se sobrecarregada e calcular equivocadamente o tempo que levará para concluir a tarefa.
Aquele que vive adiando, deixando seus afazeres para outro momento ou para depois: ele é um procrastinador. Ele costuma postergar as tarefas com o intuito de obter bem-estar.
Os procrastinadores muitas vezes tentam encontrar maneiras de “salvar” seu trabalho adiando decisões, dividindo o trabalho em partes menores ou trabalhando em elementos menos importantes primeiro.
Conforme a teoria cognitivo-comportamental, indivíduos que apresentam comportamento procrastinador apresentam uma imagem distorcida dos fatos. Eles tendem a subestimar sua capacidade de completar tarefas e muitas vezes têm uma atitude pessimista em relação às suas chances de sucesso. Além disso, eles podem ser excessivamente autocríticos e excessivamente preocupados em cometer erros.
Afinal, procrastinar o que significa?
Procrastinar significa adiar o que nos desafia. É adiamento de uma ação, a necessidade de evitar determinada tarefa.
Segundo a psicóloga Ellen Hendriksen, procrastinar é uma das inúmeras formas de autossabotagem, afinal, quem se sabota por vezes se vê como uma fraude por isso se sente incapaz de realizar alguma tarefa ou de concretizar determinado objetivo.
O curioso é que quem procrastina tem consciência de que está de fato evitando fazer determinada coisa e que isso a deixará mal depois. Mesmo assim, a faz. E por quê?
Segundo um estudo de 2013, a procrastinação é um meio encontrado pelo nosso cérebro de lutar contra o humor negativo que surge quando temos que fazer algo ao qual sentimos aversão. No final das contas, nós procrastinamos para poder se sentir bem a curto prazo.
E é realmente a curto prazo, porque ao final do dia a tendência é se culpar por não fazer o que deveria. É aí que a frustração começa a tomar conta.
O que é uma pessoa procrastinadora?
Algumas pessoas podem pensar que procrastinar e estar com preguiça é o mesmo, mas não é. Um preguiçoso é aquele que não tem vontade de fazer nada. Ele tem preguiça de estudar, de trabalhar e até de levantar-se da cama. Quem nunca, né?
Uma pessoa procrastinadora, não é o mesmo uma pessoa preguiçosa, quando se é procrastinador, não sente preguiça e sim a necessidade de evitar determinada tarefa.
Conforme a Wikipedia-Procrastinação é o diferimento ou adiamento de uma ação. Para a pessoa que procrastina, isso resulta “stress”, sensação de culpa, perda de produtividade e vergonha em relação aos outros, por não cumprir com as suas responsabilidades e compromissos.
Para evitar fazer aquilo, a pessoa substitui o que se propôs a fazer por outra tarefa que permita com que ela se sinta mais confortável.
Um exemplo é alguém em processo de aprendizado de um novo idioma. Certo dia a pessoa recebe a tarefa de assistir a um vídeo completo nessa outra língua para treinar a audição, mas isso a aborrece tanto que ela evita fazê-lo a todo custo. Em vez disso, ela decide arrumar o guarda-roupa bagunçado. Percebe? Isso é o que significa procrastinar.
Não se trata de querer ficar à toa. Pode até ser que arrumar o guarda-roupa dê muito mais trabalho do que assistir ao vídeo, mas se para essa pessoa aprender um novo idioma parecer algo difícil e até amedrontador, a tendência é que ela se proponha a fazer tudo, menos aquilo. Portanto, procrastinar significa adiar aquilo que é desafiador.
Por que as pessoas procrastinam?
A procrastinação pode surgir por diferentes motivos. Pode ser pelo simples fato de não gostar de fazer algo ou até por sentir medo, insegurança ou incapacidade de fazer aquilo.
Nosso cérebro está sempre em busca do prazer imediato. Quando ele percebe que determinada tarefa pode ameaçar o nosso bem-estar, ele age para remover essa ameaça.
Por isso, mesmo que você esteja consciente que não deve procrastinar e tenha clareza de que depois isso vai lhe fazer mal, seu cérebro continuará visando acabar com essa ameaça. De certa forma, lutar com seu próprio cérebro é remar contra a maré.
Como parar de procrastinar?
Se você reconhece que tem o hábito de procrastinar, então é preciso buscar formas de deixar de fazê-lo.
Já sabemos que, para seu cérebro, evitar fazer determinada tarefa é a melhor solução para preservar você de possíveis danos. Nesse caso, uma das coisas que você pode fazer é encontrar uma recompensa que seja melhor que simplesmente procrastinar, conforme aponta o psiquiatra e neurocientista Judson Brewer.
A seguir, eu destaco quatro opções de ações que podem substituir a necessidade de o seu cérebro de evitar determinadas tarefas, conforme citado nesta matéria do The New York Times. Você pode começar focando em apenas uma; se em um futuro breve puder colocar todas em prática, ótimo, porque em conjunto o resultado será ainda melhor.
Perdoe a si mesmo.
Ao perdoar a si por procrastinar você se permitirá recomeçar, tentar de novo. Quando você não faz isso e, ao contrário, fica se atormentando porque as coisas não fluíram da forma como gostaria, isso o afasta ainda mais de uma solução.
Tenha autocompaixão.
Aceite que na vida muitas vezes erraremos e até fracassar em algumas áreas. Evite ficar o tempo todo se repreendendo. Muitas vezes nos cobramos excessivamente e isso, ao invés de ajudar, acaba piorando a situação. É importante ir com calma, ser compreensivo e ter compaixão por você mesmo.
Foque apenas na próxima ação.
Ok, imaginamos que você está prestes a procrastinar. Nesse momento, você está desanimado e não sente a menor vontade de começar a ler determinado artigo, por exemplo. Essa leitura é importante e você sabe que não deve adiá-la.
Então, ao invés de focar em ler todo o artigo de uma vez, tente focar em algo menor, mais simples, como, por exemplo, sentar em frente ao computador, abrir o artigo e ler a introdução. Apenas isso.
Conforme o psicólogo Tim Pychyl, “a motivação segue a ação”. Isso significa que você não precisa estar necessariamente motivado para só então agir. Você pode começar agindo, mesmo sem muita vontade. O que acontece depois é que tendemos a se empolgar, a se sentir motivado a continuar. Sem perceber, você segue adiante e quando se dá conta já leu metade ou até o artigo inteiro.
Faça de tudo para remover os obstáculos.
É fato que seu cérebro fará de tudo para remover ameaças, para acabar com os obstáculos que comprometem o seu bem-estar, e não tem muito o que fazer em relação a isso. Por outro lado, você pode agir para tentar remover esses obstáculos.
Se sua meta é acordar às 6h diariamente, mas sempre acaba deixando para se levantar apenas às 10h, então comece por buscar formas de tornar essa meta uma realidade a curto prazo.
Você pode, por exemplo, começar a dormir mais cedo. Isso implica, também, em jantar mais cedo e optar por alimentos leves, caso contrário terá dificuldade para dormir e, consequentemente, para acordar cedo. Também implica em desligar televisão, computador e celular um bom tempo antes de dormir.
Outra opção é acabar com as tentações que levam você a procrastinar, como, por exemplo, passar horas nas redes sociais. Você pode silenciar as notificações de alguns aplicativos, desativar a ‘internet’ do celular enquanto não estiver precisando dele e até excluir alguns aplicativos.
Sei, para algumas pessoas isso pode ser uma medida drástica demais, mas é importante refletir sobre o que realmente importa. É preciso saber discernir entre as ferramentas que ajudam e as que atrapalham e fazem você perder o foco — e isso é algo que só você pode fazer por si.
Para além dessas quatro ações sugiro mais uma:
Busque ajuda
É possível colocar tudo isso em prática, sozinho e eu encorajo você a isso. Pela minha experiência como coach pessoal há mais de 10 anos, sei que isso faz parte de um processo que não é assim tão fácil de colocar em prática sem a ajuda de um profissional.
Como coach, eu posso te ajudar a modificar esse padrão de comportamento de procrastinar.
Espero que este texto tenha sido útil para você. Ficarei grata com seu comentário aqui embaixo!
Um abraço,
Claudia Dias